Quinta-feira, Mari ia contando sobre como andava sua vida quando chegamos ao sinal aberto, aquele que se atravessa do fórum até a Av. Erasmo Braga.
- Onde fica o metrô mais próximo daqui?, perguntou uma moça.
Solícita, Mari respondeu que estávamos indo para lá, e a mulher resolveu nos seguir.
Fechado o sinal, começamos a andar, e a moça resmungou:
- Gente, nunca vi trânsito igual!, tudo isso é "só" por causa daquela confusão na Central? – como se a confusão na Central fosse pouca coisa.
- Olha, a Central até ajuda, mas esta cidade é assim mesmo: choveu, para tudo... – respondi.
- Ah, então eu não sei como vocês conseguem morar nesta cidade porque eu não aguentaria porque eu nasci aqui mas fui pra Minas bem nova nunca mais voltei e agora tive que vir pra cá por causa de um evento e eu estou sofrendo aqui porque em Minas não tem esse trânsito agora você vê pra ir pra Jacarepaguá eu tenho que pegar metrô um ônibus em Copacabana e depois outro ônibus na Barra e eu sofro com isso porque em Minas não é assim porque em Minas eu chego em qualquer lugar de ônibus sem perigo nenhum porque essa violência do Rio de Janeiro...
Nisso, interrompi a moça porque Mari tinha me abandonado pra eu ouvir sozinha aquele monte de ladainha e já estávamos atravessando para o Buraco do Lume quando a moça virou pro lado contrário:
- O metrô é pra cá, senhora.
- Não, vou pegar o ônibus aqui mesmo porque não dá pra pegar metrô ônibus depois outro ônibus porque é muito cansativo pra mim que estou acostumada com Min...
E, conforme íamos nos afastando, não ouvíamos mais aquela voz ao longe. Mas ríamos de longe, porque no Rio, minha senhora... no Rio se ri de tudo. Até do trânsito... e de longe.
Um comentário:
a cachorrinha melhorou?
Beijo!
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