O outro

Mania humana: enxergar no outro o diferente. Exercer nele todo tipo de discórdia. E julgá-lo moralmente sem despir-se da própria moral. Ignorar suas qualidades, somente pelos seus defeitos. Fazer dele escravo do mundo. Ser-lhe indiferente. Encará-lo como pedra: o concreto que ergue "estranhas catedrais". E buscar em Deus legitimidade para isso.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Colonial

Lula hoje disse que ligou para o Bush - não deve ter mais o que fazer. Pois bem, ligou e disse: -- Ô Buchi! Vê se toma conta do negócio aí, pô. Demoramo (sic) tanto tempo pra crescer, agora que a gente tava crescendo tu me arruma (sic de novo) um problema desse? Café com leite (sem república).

sexta-feira, 14 de março de 2008

Um pouco mais adulta...

Hoje foi o lançamento do tão esperado Livro Histórico do CACO - Centro Acadêmico Cândido de Oliveira.

O livro foi idealizado há alguns anos na tentativa resgatar a história de uma das mais importantes entidades estudantis do Brasil - talvez a mais importante - a partir de entrevistas de ex-diretores, ex-presidentes, ex-secretários e ex-militantes do CACO.

Tive receio em comparecer. Tenho lá minhas restrições quanto à atual gestão do Centro Acadêmico. Mas pensei: não pode a recente e triste história do CACO me desestimular a conhecer a antiga e gloriosa história do CACO!

Pois bem, lá estive, apesar do pouco tempo que eu tinha para aproveitar o evento.

Um misto de sensação nostálgica e frustrante tomou conta de mim. Quando fui Diretora de Imprensa do CACO, não consegui tocar uma vírgula daquele livro. Daí o sentimento de frustração. Mas, quando vi o livro, veio a sensação nostálgica.

Apesar de o lançamento soar, para mim, uma medida claramente eleitoreira, já que ocorreu um mês antes da eleição; apesar de não concordar com muitíssimas posturas desta gestão; apesar de considerá-la apática diversas vezes; apesar de muitas coisas não pude deixar de cumprimentar ao menos um dos atuais diretores pelo feito, que já se estendia por quase 8 anos, e ninguém conseguia finalizar. Eu fui uma das pessoas que não conseguiu.

Hoje, aprendi que, mesmo não concordando com algumas pessoas, devemos respeitar suas conquistas. Aprendi que não vale a pena insistir politicamente em algo para o qual não se tem perfil. Se tivesse sido outra pessoa o Diretor de Imprensa da minha época, talvez esse livro tivesse saído um pouco antes.

O fato é que a história do CACO mexe comigo. Mesmo quando eu já não faço mais parte dela. O livro está na minha frente. E nós estamos nos namorando agora (mesmo sabendo que, em relação à história recente, não concordamos em muita coisa)...

terça-feira, 4 de março de 2008

A mensagem

Um amigo nosso, comandante da VASP, conta-me a estranha mensagem recebida por um piloto americano durante uma aterrissagem. O avião da companhia norte-americana sobrevoava a Bahia, a caminho do Rio, quando um defeito no motor obrigou o piloto a providenciar uma aterrissagem no aeroporto mais próximo possível. Na Bahia, justamente na pequena cidade de Barreiras, existe uma pista de emergência (se é que se pode chamar aquilo de pista) para os aviões das linhas internacionais. Raramente é usada, mas era a mais próxima da rota do avião. Assim, o piloto não teve dúvidas. A situação dele estava muito mais pra urubu do que pra colibri. 0 negócio era mesmo se mandar para Barreiras. Pediu pouso durante certo tempo, dirigindo-se à Rádio local em inglês. A resposta demorou um pouco, mas acabou vindo. Alguém, com forte sotaque nordestino, falando um inglês arrevesado e misturado com palavras em português, respondia que estava ouvindo e aconselhava o comandante a procurar outro local para aterrissagem. Há dias estava chovendo em Barreiras e a pista se achava em péssimo estado. O piloto, sem outra alternativa, insistiu em pousar assim mesmo, e tornou a pedir instruções, ouvindo-se lá a voz a dizer que estava bem, mas que não se responsabilizava pelo que desse e viesse. Acontece porém que isso foi dito com outras palavras, ainda num misto de português e inglês. Assim: — Ok. You land. But se der bode, I'il take my body out. Stanislaw Ponte Preta