O outro

Mania humana: enxergar no outro o diferente. Exercer nele todo tipo de discórdia. E julgá-lo moralmente sem despir-se da própria moral. Ignorar suas qualidades, somente pelos seus defeitos. Fazer dele escravo do mundo. Ser-lhe indiferente. Encará-lo como pedra: o concreto que ergue "estranhas catedrais". E buscar em Deus legitimidade para isso.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Dear friend


Engana-se quem diz que o homem não é capaz de amar.

Amar é fácil. Tão fácil quanto impor condições ao amor.
É isto o que me entristece: saber que jamais verei no homem um amor incondicional.
Mas é também o que me alivia: lembrar que, dentre tantos homens, fui dos poucos que experimentaram um amor que por nada se interessasse senão por um punhado de comida e um pouco de paz no sono.
Eu, homem, sem amor incondicional, não tive paz no sono: sonhei que você ia num ônibus para bem longe e me abandonava no meio da rua.
Agora eu sei que você subiu de verdade naquele ônibus.
Mas o seu amor, incondicional sempre, guardo dentro de mim... porque sei que na humanidade jamais hei de encontrá-lo outra vez.

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