O outro

Mania humana: enxergar no outro o diferente. Exercer nele todo tipo de discórdia. E julgá-lo moralmente sem despir-se da própria moral. Ignorar suas qualidades, somente pelos seus defeitos. Fazer dele escravo do mundo. Ser-lhe indiferente. Encará-lo como pedra: o concreto que ergue "estranhas catedrais". E buscar em Deus legitimidade para isso.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

CHILE III - Viña

Passamos um breve fim de semana em Viña del Mar. Por isso não tenho muito a pontuar. É muito estranho ver as pessoas de roupa na praia debaixo de um p... sol. Cara, tudo bem que não é bom expor a pele, mas precisa ir de tênis e calça jeans? O memorável episódio do La Gatita já foi contado uns posts atrás. Relembro porque é digno de nota dupla. No domingo fomos a Valpo para visitar a casa do Neruda. Descobrimos que: 1) ele era malandro (ficou com a melhor parte da casa, que tinha várias obras de arte de uma amiga, e deixou a pior parte pra essa mesma amiga que tinha dado as obras de presente); 2) ele era biriteiro (não deixava ninguém ficar atrás do balcão do bar, exceto ele mesmo) e 3) ele era mulherengo (casou pela terceira vez com a amante do segundo casamento). Que ele era um poeta, obviamente, não descobrimos ali. Mas vale a pena transcrever o que ele escreveu ao amigo que chamou para morar na pior parte da casa: “Siempre quisimos tener un punto nuestro en el Puerto, en donde estuviéramos rodeados por el sortilegio de Valparaíso. Por fin aquí, gracias a cada uno de Uds. y a nuestra insondable locura ha nacido hoy La Sebastiana. Los acogeremos en este primer día abriendo de par en par las puertas para Uds. y para siempre. Matilde y Pablo Neruda” La Sebastiana era o nome da casa, em homenagem a quem a começou a construir, mas nunca morou lá, Sebastián Collado. E depois de descermos ladeira abaixo, percebemos como Valparaíso está abandonada. É uma pena...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Reflexões apaixonadas sobre a posse

Definitivamente, tenho que interromper o diário de viagem.
Sei que é clichê dizer que hoje é um dia histórico. Mas ninguém nega o clichê. É óbvio demais o porquê. Ele tinha todos os atributos para não ser sequer um presidenciável norte-americano; que dirá presidente. Afinal, quem na política estadunidense, em condições normais de temperatura e pressão, lançaria alguém com este nome: Barack Hussein Obama? Sendo negro, então, e filho de queniano... jamais!, eu diria.
É simples assim porque me lembro de uma reportagem irreverente – pra variar – do programa CQC, no dia das eleições americanas, em que uma republicana fanática dizia: “uma vez muçulmano, sempre muçulmano!”. E a outra também não tinha vergonha de esconder o medo de ser governada por um afro-americano (para usar uma expressão politicamente correta, da qual ela abriu mão).
Mas, como eu disse, nas CNTP. E as condições de temperatura e pressão, nos Estados Unidos e no mundo, definitivamente, estão bem anormais. Não que eu não tenha torcido a cada instante por ele, mas a verdade é que, naquela sociedade, dificilmente ele seria eleito se o governo anterior não tivesse sido representado por oito anos desastrosos que culminaram com uma crise econômica de um único precedente em toda a história do capitalismo financeiro.
Dirão, é verdade, que a eleição de Obama já sinaliza um recrudescimento da tolerância entre os ianques. Pode ser. Mas ainda acho que a lição de respeito mútuo que os americanos estão dando não estaria ocorrendo se não fosse a intolerância étnica radicalíssima de George W. Bush.
Por essa e outras, costumo acreditar nos ditados populares. Afinal, se é assim mesmo, há males que vem realmente para o bem.
Apesar disso, uma andorinha só não faz verão, é claro. Se é verdade que o momento histórico favoreceu a ascensão do primeiro negro à Casa Branca, também é verdade que não era qualquer negro, nem qualquer branco, vermelho ou amarelo, que conseguiria engajar tanta gente num projeto de governo (e liderança).
É claro que só o fato de ter aquele nome, aquela ascendência e aquela cor seriam capazes de agregar não só o povo americano, mas o mundo inteiro em torno desse projeto. Mas é que sua figura é por demais agregadora. E suas palavras também.
No discurso de posse, devem saber, ele citou a época não muito remota em que seu pai não podia “ser servido num restaurante local”. Como citou a guerra civil, o racismo e a intolerância, de que certamente também foi vítima em algum momento de sua vida.
Mas em suas palavras não havia rancor. Havia, sim, esperança... Havia vontade. Havia ação!
E, quando recua no aspecto ambiental, pensando em energia solar e eólica e rechaçando que nossos filhos vivam num mundo superaquecido; quando propõe uma relação de interesse e respeito mútuos com os muçulmanos; quando ressalta o histórico imigratório norte-americano, elencando cada uma das etnias que comportam os cidadãos estadunidenses; quando se dirige às nações mais pobres sinalizando um estender de mão para que suas plantações gerem bem-estar às suas populações... quando tudo isso, então todos também sinalizam a ele, e ao povo americano, um estender de mão.
Mais interessante é a humildade do presidente. A história de liderança dos Estados Unidos sempre foi marcada por arrogância e autoritarismo. A liderança de Obama não. A liderança de Obama não é arrogante, porque não atribui a ele a posse de uma fórmula que salvará o mundo; pelo contrário, ela assume que seus objetivos só serão esgotados se outros líderes e todos os povos do mundo também se engajarem neles; ela convoca as pessoas a trabalharem pelo bem comum. A liderança de Obama também não é autoritária; pelo contrário, clama pela defesa dos direitos humanos e opta pelo diálogo nas questões ambientais; mitiga a guerra e ascende a tolerância ao grau máximo de importância entre os princípios humanitários.
Tudo isso sem ignorar os valores puritanos, tão arraigados à cultura norte-americana - aliás, bastante pertinente, historicamente, mencioná-los no discurso inaugural. De fato, Barack, há algo de velho nesse seu projeto: a liberdade, o trabalho, a honestidade como princípios a serem perseguidos (e, mesmo entre eles, a curiosidade é muito nova, e bastante peculiar, porque faz lançar um novo olhar sobre o diferente). Mas isso não o leva ao conservadorismo: seus “desafios” e seus “instrumentos” são realmente novos, muito novos. Ao menos no discurso. Agora queremos ver na prática...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

CHILE II - Santiago

Fui ao Chile com boas expectativas, mas desconfio que tenha se tratado mais de uma excitação naturalmente mais intensa de marinheira de primeira viagem. Ao exterior. Porque, se cruzar uma fronteira pela primeira vez já é de dar calafrios, então eu congelaria quando cruzasse a segunda, a ponto de poder conhecer o Pacífico. Há lugares que, não se sabe como, conseguem superar as expectativas com que nos deparamos diante de “uma excitação naturalmente mais intensa” como esta, que, obviamente, são sempre excelentes. O Chile é um deles. E não vale dizer que eu não conheci nada. Sou capaz de afirmar que, mesmo que tivesse conhecido todo o território chileno e o restante fosse efetivamente ruim – e, por certo, o Atacama não tem nada de ruim –, as excelentes expectativas teriam sido superadas do mesmo jeito. Não tive muito tempo de passear por Santiago. Por sorte ou azar, escolhemos passar o reveillon por lá; e passagem de ano é sempre conturbada. E vai ao mercado, e prepara a comida, e lava a louça, e arruma a cozinha, e dorme um pouco – ou não aguenta a virada –, e acorda, e se arruma, e janta, e vai à festa, e volta, e dorme, e acorda às quatro da tarde. Nisso se foram dois dias. É bem verdade, justiça seja feita, que quando acordei as compras da ceia já estavam feitas e que quem cozinhou foi uma das anfitriãs – aliás, aquele peixe tava uma delícia! Mas, a par do total desastre que seria a Fernanda na cozinha, ela não deixou de limpar o banheiro, lavar a louça, pôr a mesa, arrumar a cozinha, etc. E no dia primeiro tudo fecha por lá. Nem uma vendinha sequer conta história. Que dirá um bar para tomar umas cervejas. O fato é que, de Santiago mesmo, foram três dias. O primeiro no Centro – o que inclui a Escola de Direito da Universidade do Chile, com direito a fotos do banheiro e tudo! – e no bairro da Providência, onde passamos a maior parte do tempo. Aliás, a Providência é fantástica. Arquitetura uniforme, a ponto de tornar o ambiente clean, sem que as construções deixem de ser originais. Cada prédio é uma novidade, mas sempre com aquelas varandinhas e as cortinas, os recuos, os jardins sem grades à frente... No Rio o regime militar teve influência devastadora sobre a arquitetura: virou uma cidade séria, cheia de pastilhas marrons, azuis e amarelas, normalmente apregoadas em prédios quadrados, sem varandas e com janelas pequenas demais, a impedir a entrada do sol. Na Providência não. É tudo muito alegre, descontraído, claro, arejado... E as ruas acabam ficando bonitas também. As calçadas largas com jardins verdinhos, verdinhos... A caminhada no fim de tarde por aquelas ruas é agradabilíssima. Noutro dia subimos ao Cerro de São Cristobal, de onde se vêem toda a cidade e ainda a Cordilheira – que espetáculo! – ao fundo. Lá em cima quem está não é o Cristo de braços abertos, mas a Virgem pedindo misericórdia, e bem menor que ele. O espanto quando se chega ao alto é inevitável: a cidade é assustadoramente grande. Minha visão etnocêntrica das coisas sempre me fez acreditar que só o Brasil e o México podem se valer do título de países com metrópole na América Latina. Mas quando vi de cima toda a Santiago tive que perguntar o número de habitantes à Pamela: São seis milhões de pessoas. É o Rio de Janeiro. Só que com muito mais metrô e respeito às regras de trânsito. Os chilenos são mais reservados. Ao menos foi a impressão que tive com o episódio da cerveja no reveillon. Mas isso não os faz de maus acolhedores. Pelo contrário, invadimos a festa alheia e ali fomos muito bem tratados, com piadas, muita cerveja, música e dança. E, de fato, foi a melhor virada de ano que já passei. As dicas noturnas e gastronômicas são o Ligúria (Providência) e o Patagônia (Centro). Comi queijo de cabra feito uma louca e bebi muita Kunstman com mel. O único problema é que a cerveja gelada deles para os brasileiros está bem quente. Mas cultura a gente respeita, né?

domingo, 18 de janeiro de 2009

CHILE I - As trapalhadas

Os dorminhocos 15 hs. Mal saíamos da inspeção agropecuária no aeroporto de Santiago, de papo com um casal simpático que acabávamos de conhecer – porque todo casal fica amigo de outro casal durante a viagem; no nosso caso foi durante o vôo mesmo –, e Bárbara já estava à nossa espera. Fomos até o hotel cinco estrelas onde ficamos hospedados, um aconchegante apartamento no bairro da Providência, recém construído, arejado como jamais vi e dono de um “serviço” espetacular. E almoçamos na companhia de nossas anfitriãs, batemos um bom papo e entregamos os presentes: muitos livros sobre o regime militar brasileiro, um livro e um filme do Capitão Nascimento, um João Ubaldo Ribeiro, O Cheiro do Ralo e outras coisitas mas. Bem, acordamos às sete da manhã, que tal descansarmos antes de sairmos pra beber num bar à noite? Bem, eu topo. Então tá. Ok, fiquem à vontade. Eu, que tenho o sono leve, acordava de meia em meia hora, percebia ainda a claridade do dia e me tranquilizava (sem trema) em dormir mais um pouquinho. Até que em dado momento acordo e já é noite. Pego a toalha, o shampoo, o condicionador, o sabonete, a escova de dentes e o desodorante e me dirijo ao banheiro. O trajeto calmo e silencioso, no fim do qual percebi que a porta do outro quarto estava fechada, me despertou curiosidade sobre o horário. E foi quando o clássico relógio de parede pendurado na cozinha me informou que era 00:30. Não preciso dizer que voltei ao quarto, comuniquei o namorido do ocorrido e voltei a dormir. No dia seguinte descobri que o Chile escurece às 21:00. A poliglota Passamos o reveillon numa rua onde todos se conheciam – menos nós. No meio de um número assustador de chilenos reunidos, acredite, dois brasileiros viram atração. E aí você, que não sabe nem contar até dez em espanhol, tem que entender aquele sotaque esquisito (quero dizer estranho, e não gostoso) – em que se substitui o S pelo R e no qual as gírias são onze em cada dez palavras – e ainda fazer com que os outros entendam o seu portunhol. No fim, eu estava falando cinco línguas diferentes: Português, Espanhol, Portunhol, Spanglish e uma outra, que era a soma de todas elas.

O folgado Levamos à festa meia dúzia de cervejas. E, chegando lá, procedemos à localização do congelador, como bons brasileiros que somos. - Olá, onde fica o congelador? - Olá. Para quê? - Para colocar estas cervejas. - Ok, mas quem é você? - Eu vim com o Felipe. - Que Felipe? - O amigo do... puxa, eu esqueci o nome... - Olha, eu acho que você se enganou de festa. - Não, não me enganei, eu vim com a Bárbara. E passa o Daniel. - E aí, Zé, tá se divertindo? - Ah, então você o conhece! - Claro, são os amigos brasileiros de que te falei. - Ah!!! Quando for assim avise. Eu estava quase chamando o Carabinero (policial) da família, hahaha! Moral da história: nunca pergunte onde fica o congelador no Chile. Você pode ir em cana.

A música Tocou a Dança da Manivela no reveillon dos chilenos. Eles sabiam a coreografia melhor que eu. A gatinha Em Viña del Mar, ficamos hospedados num Bed and Breakfest daqueles que te fazem se sentir em casa. Ninfa Rojas – sim, sim, era esse o nome da anfitriã. Mas era muito atenciosa. No primeiro dia, pedimos uma dica gastronômica e ela indiciou o La gatita, restaurante de frutos do mar que fica na beira da praia em Con Con. E de Con Con tudo o que eu tinha ouvido, inclusive da Ninfa, era que se tratava de uma cidadezinha onde as pessoas viviam da pesca. Uma pequena e rústica Vila de pescadores, por certo, pensei eu. Então, disse ela, você desce ali naquela avenida, ó, e pega o ônibus 601 ou 602. Ele vai andar sempre pela orla. É só ficar observando: quando vir o Iate Clube, peça para o motorista parar. É a três quadras dali. Ok. Pegamos o 602. E o bichinho começou na orla, mas, na hora da bifurcação, foi para o lado direito – a orla ficava para a esquerda. Descemos sem saber onde estávamos e perguntamos a um simpático homem onde ficava o La gatita – sim, porque, do jeito que ela disse o restaurante era famoserrérrimo!, ele tinha que saber qual era. Olha, você anda uma meia hora ali pra baixo, ali tem uns restaurantes de frutos do mar. Procura ali. E pra não andar meia hora, depois de já ter andado mais meia hora, e depois não encontrar o bendito La gatita, que o cara não conhecia, perguntamos a uma comerciante local. Era lá mesmo. E era mais meia hora de caminhada mesmo. Pegamos o coletivo (transporte que existe no Chile que se assemelha a um táxi, mas é coletivo). Ali percebemos que de vilarejo a cidade não tinha nada: hotéis de luxo, empreendimentos imobiliários milionários, etc. Troço de louco. Na porta do restaurante, 889.657.213 pessoas numa fila monstruosa, esperando para almoçar. Que o restaurante era bom não tem dúvida. Mas não pagamos pra ver. Escolhemos outro sob indicação de uma artesã local, mas ignoramos o que o nome – Calipso – poderia sugerir de ruim. Ps: foi a única experiência gastronômica ruim no Chile. O albergue Para Pucon reservamos um albergue pelo hostel.com e, assim que pagamos o sinal, recebemos um e-mail com fotos espetaculares do lugar e da cidade, com um folder profissa dizendo que o cara era o melhor, fazia e acontecia e oferecia as melhores opções de serviço de turismo de aventura. Era quase um hotel: piscina, sauna, churrasqueira, etc. Chegamos em Pucon umas oito da manhã e fomos direto pra lá. O portão de madeira baixo nos deixou ver, mesmo antes de entrar, que a grama não estava aparadinha como nas fotos. E a casa em si parecia mal assombrada: quase não entrava luz. A funcionária tinha ficado sabendo às onze da noite do dia anterior da reserva que tinha sido feita uma semana antes. O cara ofereceu café da manhã. Depois a mulher jogou na cara que era um favor porque “aqui é assim: você dorme, você toma café da manhã; mas por uma cordialidade estou oferecendo o café a vocês”. A piscina era preta. A sauna servia para guardar malas. O box do banheiro privado era mais sujo do que o do compartilhado. A roupa de cama estava puída. E toda vez que íamos tomar banho tinha que entrar algum funcionário no quarto pra acender o aquecedor. No primeiro dia conhecemos a cidade, voltamos para tomar banho e saímos mais à tardinha para comer alguma coisa. Esbarramos com um funcionário meio nerd no quintal. Ele nos perguntou o que iríamos fazer e aquilo foi a gota d´água: se o Zé Mauro já tinha alguma desconfiança em relação ao lugar, ali ele passou a ter certeza. Zé Mauro n.º 1: Saiu com todo o dinheiro e todos os bens de valor (celular, máquinas fotográficas, etc). Zé Mauro n.º 2: “Tomara que esse hostel não seja igual ao daquele filme O Albergue!”. Zé Mauro n.º 3: Enviou e-mail a todos os amigos informando o endereço do albergue. Zé Mauro n.º 4: Ligou a única vez da viagem inteira para a mãe para fornecer o endereço do albergue. No fim eu também estava paranóica e tive pesadelo a noite inteira. Alguém tentava abrir a porta do quarto. Outra pessoa se escondia atrás da cortina. E uma terceira ficava no banheiro de plantão para o caso de eu querer fazer alguma coisa por lá. Mas foi só na primeira noite. Depois acostumamos com o ar sinistro do lugar. Moral da história: não se hospede nunca no Étnico Eco Hostel em Pucon. A caminhada Para ir de Pucon a Caburgua era muito simples: pegar um ônibus no terminal JAC e descer na frente do Lago Caburgua. Mas quando descemos o ônibus continuou o trajeto, subindo por uma estradinha de terra que estava sendo asfaltada, logo à esquerda. O que será que tem pra lá? Sei lá, vamos à praia. A Praia Negra era bonita, mas não tanto quanto a do Lago La Poza em Pucon. - E onde será que fica essa Praia Branca que está aqui no mapa? - Não sei, mas que tal descobrirmos depois do almoço? E como estávamos mesmo famintos, resolvemos voltar para a estrada, onde havia alguns hotéis e restaurantes. Passando pela tal estradinha à esquerda, vimos uma placa indicando que ali ficava o restaurante El mirador, de comida caseira, a 1,5 km de onde estávamos. Mais abaixo outra placa: Playa Blanca: 2km! Beleza: subimos a pé pela estradinha, comemos no restaurante, que deve ter uma vista maravilhosa, e depois vamos à Praia Branca, que deve ser mais bonita que a Praia Negra. Andamos, andamos, andamos, andamos... Andamos na estrada deserta de gente sob a poeira que os tratores do asfaltamento nos fazia engolir por cerca de uma hora, té encontrarmos o tal do El Mirador, que de mirante não parecia ter nada. E andamos então mais uns 20 minutos até chegar à praia, onde havia uma lanchonete. Lógico que, com aquela fome, fomos direto pra lá. O papo do Zé com o garçom: - Oi, tudo bem? Me diga uma coisa:pra esquerda e pra direita desta praia só tem pedra mesmo? - Sim, ali pra direita, tem pedra. Mas caminhando uns quinze minutos pra lá você chega na Praia Negra. Sem mais comentários.