O outro
Mania humana: enxergar no outro o diferente. Exercer nele todo tipo de discórdia. E julgá-lo moralmente sem despir-se da própria moral. Ignorar suas qualidades, somente pelos seus defeitos. Fazer dele escravo do mundo. Ser-lhe indiferente. Encará-lo como pedra: o concreto que ergue "estranhas catedrais". E buscar em Deus legitimidade para isso.
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11 comentários:
não acho que o tema central ai seja a amazônia, embora certamente os EUA ganhem poder com uma base tão perto...
Acho que no pacote ai entra essa maluquice "america-latiniana" de reeleições infinitas, encabeçadas pelo ditador Hugo Chavez e sua corrida armamentista, que trouxe um claro desequilibrio para a região.
No mais, a amazõnia já paga o pato sendo destruida a cada dia para virar pasto pra gado e terra pra soja.
É verdade que tem gente que também usa o discurso pró-Amazônia pra se perpetuar no poder. Mas isso não elimina a falácia do combate ao narcotráfico.
E se a Amazônia paga o pato hoje, pode ser pior amanhã.
não acho que a razão central seja o narcotráfico ou a amazônia.
Para mim os EUA buscam reestabelecer um suposto equilíbrio na região, gerado principalmente pela eleição de governos com forte pendor autoritário e que, no caso da venezuela, vêm se armando.
Não por nada... Mas depois dizem que a teoria da conpsiração da na esquerda... rsrsrs
Juro que não entendi.
Hugo Chavez, Rafael Correa, Evo Morales... Pelo meu conceito de democracia, esses caras estão todos no lado b.
O Uribe ia entrando nessa onda também, mas até onde eu acompanhei ele parece que desistiu da idéia.
O Lula, não pelo espírito democrático mas pelo pragmatismo, não entrou na onda do PT que queria um 3º mandato.
Hugo Chavez vem se armando, isso é fato, não é conspiração. Aumenta os gastos do governo para comprar caças, fuzis, tanques. Se vai invadir alguém ou não, são outros 500. O que não altera o fato de que está se armando.
Hugo Chavez tem enorme influencia política na Bolivia, Equador, Argentina, Paraguai... Eu não tenho dúvidas de que o Chavez é muito mais influente na região que o Lula, por exemplo.
Nesse sentido, pra mim é claro que os EUA buscam entrar novamente no jogo político da América Latina. É por esse ângulo que vejo a questão. É uma disputa política, não militar. E por isso mesmo, a questão do narcotráfico ou da amazônia, passa ao largo de toda a discussão
Não disse que Chávez é democrático. Só disse que a coisa vai muito além do que fazer o contrapeso dos governos autoritários da América Latina. A estratégia é idêntica à da década de oitenta.
OiFefê, não queria meter bedelho na discussão alheia, mas sabe como é, as américalatinidades sempre me chamam a atenção...
Primeiro porque chamar de esquerda autoritária e colocar no mesmo saco chavez, evo e correa é bastante complicado. E por falar em colômbia o uribe pelo jeito também consegue aprovar sua reeleição mudando a constituição (autoritario?). Também em relação a Colombia, o país não se arma (mais, porque esteve se armando muito também) porque tem um acordo importante com o exército dos EEUU (isso não é uma maneira de se armar?).
as bases na colômbia vão afetar sim a questão amazônica, que é caminho do narcotráfico e é fonte pouco explorada de recursos naturais (digo pouco pelo potencial que tem).
E as bases colombianas com participação estadounidense (vamos, para chamar pelo nome politicamente correto) não teem função de estabilizar/equilibrar a região se não de desestabilizar ainda mais. Esse movimento dos EEUU já começou com a volta da quarta frota.
E claro que é uma disputa política (as disputas militares são políticas, não?). Disputa por uma região que por caminhos (discutíveis ou não) começa a rejeitar (ao menos em discurso) um intervencionismo que sempre existiu. E uma região que começa a esboçar pequenos (pequenos, insuficientes e muitas vezes equivocados) esforoços de alinhamento sem incluir aos EEUU.
A solução eu não sei qual é, mas que esse intervencionismo na região vai ser muito problemático, a isso vai... até porque, sempre foi.
Falou com muito mais didática tudo aquilo o que eu pensava. Hehe... Beijos. Amo sempre!
PS: numa coisa eu concordo com o Barnardo: reeleição indefinida, não importa como, sempre enfraquece a democracia...
bueno....
Acho que a América Latina caminha vários passos para trás com essa questão das reeleições infinitas.
Não importa se é dos populistas autoritários que fingem levantar a bandeira da esquerda como Evo, Correa ou Chavez, ou se é de um aliado americano como o Uribe.
Sem entrar em maiores polêmicas, acho que enxergar segundas ou terceiras intenções em relação ao território ou soberania da amazônia nessa questão das bases militares é enxergar coisa demais (e pelo que entendi foi esse o tema do post - e que eu tentei rebater).
Isso porque, como eu falei e a Tati também escreveu lá no final do post dela, a questão é política, em função justamente do surgimento de lideranças que rejeitam a influência norte americana na américa latina.
Continuo achando que não enxergar é ingenuidade...
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