O outro

Mania humana: enxergar no outro o diferente. Exercer nele todo tipo de discórdia. E julgá-lo moralmente sem despir-se da própria moral. Ignorar suas qualidades, somente pelos seus defeitos. Fazer dele escravo do mundo. Ser-lhe indiferente. Encará-lo como pedra: o concreto que ergue "estranhas catedrais". E buscar em Deus legitimidade para isso.

sábado, 9 de maio de 2009

Conheceram-se numa boate em São Paulo. Ele mauricinho, dizendo que trabalhava em banco. Ela arrumada, dizendo que tinha namorado. Não faria diferença, ele estava interessado em outra mulher. Mas no dia seguinte a procurou. Ela já sabia o que queria da vida e não tinha paciência para cantadas inúteis. Mesmo assim, ele esteve no Rio de Janeiro, no carnaval. Queria encontrá-la, mas mal conseguiu. Ela também não tinha saco para encontros casuais. Ele voltou à garoa, e ela nem tinha saído do lugar. Enquanto ela bebia cerveja no centro da cidade, num papo revolucionário sobre exploração bancária da população de baixa renda, ele bebia vinho na Vila Madalena, explicando como o spread havia aumentado e a inadimplência diminuído, mesmo com as taxas lá em cima. Ele voltou para o Rio, mas evitou o papo do spread. Preferiu falar de comunismo e mostrar que gostava da Lapa. Ela curtiu um pouco e voltou a São Paulo no fim do ano. Não deixava de estar decidida, mas desta vez ela queria. Estava, porém, desistida. Ainda assim, ele a levou a uma pizzaria, onde encontraria alguns amigos malucos e/ou divertidos. Depois sugeriria uma balada. Ela acompanhou a noite. O amigo os deixou sozinhos. E sozinhos eles foram embora...

2 comentários:

bernardo disse...

ficção ou realidade? ;)
bjos,

Anônimo disse...

mas faltou dizer que eles viveram felizes pra sempre, não viveram? AMA!