Provaria uma especiaria oferecida por um vendedor, mas o gosto da adrenalina misturada à saliva esconderia o ardor da pimenta
Ela atravessaria aquele deserto todos os dias. Todos os dias no deserto à sua volta e no oásis dos seus pensamentos.
Tão alheia a tudo que só poderia se dar conta anos depois, quando passaria por ali e perceberia como havia triplicado o número de gatos naquele campo, como os predinhos eram graciosos - e que pena que estariam tão destruídos -, como aquelas vozes a irritariam, como o cheiro de gordura lhe provocaria ânsia, como se esbarrariam com frequência as pessoas por ali.
Finalmente, provaria uma pimenta deliciosa e, sem titubear, levraria um frasco à casa.