O outro

Mania humana: enxergar no outro o diferente. Exercer nele todo tipo de discórdia. E julgá-lo moralmente sem despir-se da própria moral. Ignorar suas qualidades, somente pelos seus defeitos. Fazer dele escravo do mundo. Ser-lhe indiferente. Encará-lo como pedra: o concreto que ergue "estranhas catedrais". E buscar em Deus legitimidade para isso.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A didática do sentir


- Então, sabe nostalgia?
- Sei. Como a saudade.
- Não, mais nostálgica.
- Como assim?
- Assim mesmo. Uma coisa de lugar, de momento.
- Mas aí é nostalgia.
- É...
- Mas como de lugar?
- De lugar. Por exemplo, imagine-se no Cristo, lá no Rio.
...
- Imaginou?
- Sim.
- E aí, ficou com saudade?
- Não.
- Não?
- Não.
- Como não?
- Ué, nunca estive lá, como vou ficar com saudade?!
...
- Então imagina alguém.
...
- Imaginou?
- Sim.
- Imaginou onde?
- De lugar?
- É, de lugar.
...
- Pronto, imaginei.
- Agora tira a pessoa.
...
- Tirou?
- Tirei.
- É nostalgia.
...
- Hummm.
- Põe a pessoa e tira o lugar.
...
- Pronto.
- Aí é saudade.
...
- Hummm, isso mesmo.
...
- Mas e aí. E se botar a pessoa em outro lugar?
- Em outro lugar?
- É, outro lugar.
...
- Mas você esteve com ela neste lugar?
- Que lugar?
- Esse outro.
- Não. Nem conheço o lugar ainda.
...
- Ih, deu branco.
- Branco?
...
- Como é nesse caso?
- Como é?
- É, que estou sentindo?
- Ah, nesse caso é carinho mesmo.

Por JM

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Brincadeira...

1. Pegue no livro mais próximo, com mais de 161 páginas;
2. Abra o livro na página 161;
3. Na referida página procure a 5ª frase completa;
4. Transcreva na íntegra para o seu blog a frase encontrada;
5. Passe o desafio a cinco pessoas.

"Não tenho família, sou sozinho."
Ishmael Beah - Muito Longe de Casa

domingo, 21 de fevereiro de 2010

O coração na mão...
Comprime-o de punhos fechados.
Esperança de expulsar esta angústia...

Em vão.
O corpo, caixa de pandora.
O coração, bomba de emoção.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sobre presunções no Estado Democrático de Direito

Não é que a presunção de inocência seja absoluta.
Ela admite prova em contrário.
Mas apenas prova em contrário. 
Jamais presunção em contrário.