O outro
Mania humana: enxergar no outro o diferente. Exercer nele todo tipo de discórdia. E julgá-lo moralmente sem despir-se da própria moral. Ignorar suas qualidades, somente pelos seus defeitos. Fazer dele escravo do mundo. Ser-lhe indiferente. Encará-lo como pedra: o concreto que ergue "estranhas catedrais". E buscar em Deus legitimidade para isso.
domingo, 5 de outubro de 2008
To the feet of the letter!
Lembrei do último dia de estada da duas gringas aqui em casa. Fomos ao Bracarense, como não poderíamos deixar de fazer, onde elas pretendiam degustar algo bem carioquês. Mas não sem saber do que se tratava, obviamente.
Não preciso dizer que surgiu um impasse, porque, se elas queriam saber o que iam comer, então alguém tinha que explicar o que elas iam comer.
Decidimos então adotar o método de tradução do Little Yellow (vulgo Amarelinho) da Cinelândia. Lá, é tudo assim: meat to Osvaldo Aranha, rice do the greek, etc.
The dry meat não fez muito sucesso.
Elas acabaram comendo um frango aparentemente feito para o passarinho - chicken to the little bird. Apesar do artigo definido, até agora não se sabe de qual passarinho estávamos falando.
Nessa brincadeira também o bolinho de camarão ficou um pouco distorcido, mas até que foi bem traduzido: shrimp ball. Elas comeram two shrimp balls. Foi bem estranho quando o meu irmão mostrou a conta, querendo identificar o que eles tinham consumido: "You see? These are our two balls".
As risadas, obviamente, foram constantes.
Mas pra diversão ser ainda maior a gente devia mesmo ter ido ao Little Yellow só pra ler o menu: é tudo ao pé da letra. E no fim, os que menos entendem aquela bagunça toda são os gringos.
Go understand!
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