O outro

Mania humana: enxergar no outro o diferente. Exercer nele todo tipo de discórdia. E julgá-lo moralmente sem despir-se da própria moral. Ignorar suas qualidades, somente pelos seus defeitos. Fazer dele escravo do mundo. Ser-lhe indiferente. Encará-lo como pedra: o concreto que ergue "estranhas catedrais". E buscar em Deus legitimidade para isso.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Bate-boca

O episódio no STF é lamentável. Lamentável porque a Constituição exige idade mínima para compor o STF justamente para louvar a maturidade e a sensatez. Anteontem o que houve foi imaturidade e insensatez. Sinceramente, neste estágio pouco me interessa quem tem razão e quem não tem. Não é mais o que está em jogo. Estava, até aquilo acontecer. Mas não mais. Se há exposição na mídia, se não há, se há populismo judicial, se não há... Isso é o que menos importa neste momento. Agora, que intrigas pessoais não virem motivo oculto das próximas decisões.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Ah!, esse meu velho pensamento...
ele quer sair de dentro de mim.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Fabricada

Não sou feita de papel. Não me rasgo fácil e não sirvo de chapéu. Não sou feita de pedra. Não me erode a chuva e sou mais dura na queda. Não sou feita de plástico. Não me atrai o lixo e adoro o realístico. Não sou feita de açúcar. Não me dissolve a água e sou amarga na luta. Não sou feita de sal. Não me eletriza o cobre e sei ser doce afinal. Não sou feita de aço. Não me enrijece o coração e derreto no mormaço. Me diga feita de flores, das orquídeas que colorem os jardins, das trepadeiras que se agarram a um fim, dos cactos que se firmam nos confins. Me diga feita de mãos que eu estenda enfim, de pés por que ande assim, de corações que me digam sim. E me diga feita de amor porque é o amor que lhe alimenta... e a mim.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Para tomar fôlego I

Ultimamente parece que estamos sendo engolidos por um mar de injustiças e nele morrendo afogados.
Nessas horas, nada como um bom presságio, desses que mais parecem momentos de calmaria da maré e nos permitem respirar até que venha a próxima onda.
Dois me ocorreram há pouco no trabalho, e reproduzo um deles porque é contagiante. Quem sabe não te anime também?
Mas até a injustiça como também o Antidireito (isto é, a constituição de normas ilegítimas e sua imposição em sociedades mal organizadas) fazem parte do processo, pois nem a sociedade justa, nem a Justiça corretamente vista, nem o Direito mesmo, o legítimo, nascem dum berço metafísico ou são presente generoso dos deuses: eles brotam nas oposições, no conflito, no caminho penoso do progresso, com avanços e recuos, momentos solares e terríveis eclipses.
LYRA FILHO, Roberto. O que é Direito? 7.ª ed. Brasiliense, 1986, p. 121. O outro fica para o próximo post...